
quinta-feira, 26 de agosto de 2010
FUTURO: MÁQUINA NATURAL Vs MÁQUINA ARTIFICIAL

AMOR GERADO NAS RAIZES DA FÉ

COMO ACONTECE O AMOR?
O AMOR É CEGO?
STATUS QUO
segunda-feira, 14 de junho de 2010
Cores e Música: Existe alguma mágia?

"No Egito faraônico dos tempo de Akhenaton (cerca de 1370 a. C), segundo uma religião monoteista, agora extinta, que adorava o Sol, a luz era considerada o olhar de Deus. Naqueles tempos remotos, imaginava-se que a visão fosse uma espécie de emanação que partia do olho. A visão era parecida com um radar. Prolongava-se para fora do olho e tocava no objeto que estava sendo visto. O Sol...acariciava o vale do Nilo."
Dada a física da época, e uma geração que cultuava o Sol, fazia sentido descrever a luz como o olhar de Deus. Três mil e trezentos anos mais tarde, encontramos crenças no poder mágico das cores - que são luz. Percebemos que na antiguidade era compreensível que povos, diante a incerteza e medo de um mundo todo desconhecido, buscavam dar respostas para as coisas, mesmo que de acordo com suas crenças.
Mas, embora a física já tenha desvendado este mistério, alguns ainda carregam os traços dos antigos que cultuavam o Sol.
Profissionais de psicologia e escritores de auto-ajuda são os grandes divulgadores da idéia de que as cores possuem poderes mágicos.
Todas as afirmações não possuem nenhum embasamento objetivo ou científico, para dizer que cores possuiriam poder sobre nosso corpo e mente.
O poder de cura é o mais divulgado.
CROMOTERAPIA
O método da cromoterapia é um método natural de tratamento que utiliza as cores como remédio por meios externos e internos que alega equilibrar a mente, as emoções, a parte energética e o organismo físico prevenindo e corrigindo disfunções, além de despertar e desenvolver capacidades pessoais (atenção, intuição, agitação, etc).
Fazem usos de cristais e pedras coloridas, e dizem que o uso de aneis com esses materiais equilibra o nosso corpo e mente. Entre outros métodos, está da respiração da cor, a alimentação da cor necessária nos alimentos e a visualização.
Já escritores de auto-ajuda afirmam que as cores atuam na nossa aura (crença de que temos uma aura) por meio dos chakras, que são centros energéticos localizados em pontos do nosso corpo, por onde absorvermos a energia vital.
Afirmam que os chakras se associam às glândulas, aos órgãos internos e às emoções. Associam cada chakra a uma cor específica que, aplicada sobre o ponto energético, tem a capacidade de reequilibrá-lo.
PSICOLOGIA DAS CORES
Dentro da psicologia das cores, as cores possuem significados. Afirmam que doenças como anemia, resfriados e pneumonia podem ser tratadas pela cor vermelha. Acreditam que esta cor aumenta a pressão sanguínea, promove o aquecimento do corpo e estimula o sistema nervoso. Em tratamentos costumam recomendar a utilização de luvas vermelhas.
CIÊNCIA: MAS NA VERDADE, O QUE SÃO AS CORES?
Bom, imaginem que está sentado na banheira, e a torneira está pingando. A cada segundo, vamos supor, um pingo cai na banheira. Gera uma pequena onda que se espalha ao redor, formando um círculo perfeito. Quando atinge os lados da banheira, é refletida de volta. A onda refletida é mais fraca, e depois de uma ou mais reflexões, você não consegue perceber mais.
Novas ondas chegam à extremidade da banheira, cada uma gerada por outro pingo de água.
O seu patinho de borracha balança para cima e para baixo sempre que uma nova frente de ondas passa por ele. É claro que a água é um pouco mais elevada na crista da onda em movimento, e mais baixa no pequeno declive entre as ondas, a depressão.
A "frequência" das ondas é simplesmente quantas vezes as cristas passam pelo seu ponto de observação - neste caso uma onda por segundo. Como cada pingo forma uma onda a frequência da onda é igual à taxa de pingos. O "comprimento" das ondas é a distância entre as sucessivas cristas de ondas - neste caso centímetros talvez. Se uma onda passa a cada segundo, e elas têm uma distância de dez centímetros entre si, a velocidade das ondas é dez centímetros por segundo.
A velocidade da onda é a frequência vezes o comprimento de onda.
A LUZ E O SOM SÃO ONDAS
A luz é formada por ondas. Aas ondas de um pingo de uma torneira na banheira são bidimensionais, já as ondas sonoras são tridimensionais, espalhando-se no ar em todas a direções a partir da fonte de som. Na crista da onda, ou seja, no lugar próximo de onde surgiu o som, ou início da onda, o ar é um pouco mais comprimido; na depressão, o ar é um pouco mais rarefeito.
O seu ouvido tem a capacidade de detectar ondas sonoras. Quanto mais vezes as ondas chegam ao seu ouvido (mais elevada é a frequência), mais elevada é a altura do som que você ouve.
O tons musicais são apenas uma questão de quantas vezes as ondas sonoras atingem o seu ouvido. O dó central é o modo como descrevemos 263 ondas sonoras nos atingindo a cada segundo; é chamado de 263 hertz ( uma oitava acima do dó central é 526 hertz; duas oitavas, 1052 hertz, e assim por diante).
Qual seria o comprimento da onda do dó central? Se as ondas sonoras fossem diretamente visíveis, qual seria a distância de crista a crista?
Ao nível do mar, o som viaja a cerca de 230 metros por segundo (cerca de 700 milhas por hora). O comprimento da onda será a velocidade da onda dividida por sua frequência, isto é, cerca de 1,3 metros para o dó central - aproximadamente, a altura de uma criança de nove anos.
QUAL É O DÓ CENTRAL PARA UMA PESSOA QUE NASCEU SURDA?
É o mesmo que para todos nós: 263 hertz, uma frequência precisa e única de som que pertence a essa nota e a nenhuma outra.
Se alguém não pode ouví-lo de forma direta, pode detectá-lo inequivocamente com um amplificador de som e um osciloscópio. É claro que não é o mesmo que experienciar a percepção humana comum das ondas do ar, - utiliza-se a visão em vez do som - mas e dai? Todas as informações estão ali.
Podemos perceber as cordas e os staccatos, os pizzicatos e o timbre. Pode associar esses dados com outras vezes em que se "escutou" o dó central. Talvez a representação eletrônica do dó central não seja emocionalmente igual ao que uma pessoa experiencia ouvindo, mas até isso pode ser uma questão de experiência.
Não é preciso ter o gênio de Beethoven para ser surdo e perceber a música.
ENIGMA: UMA ÁVORE FAZ BARULHO SE CAI SOZINHA NUMA FLORESTA?
Essa é também a solução para o velho enigma de saber se um som é produzido, quando uma árvore cai na floresta e não há ninguém para escutar. É óbvio que, se definirmos o som em termos de alguém que o escuta, não haverá som algum.
Mas é evidente que se a árvore cai, ela formas ondas sonoras, que logo podem ser detectadas, vamos dizer, por um gravador de CD, e quando se toca o CD, o som seria reconhecivelmente o de uma árvore caindo na floresta. Não há mistério nisso.
Mas o ouvido humano não é um detector perfeito de ondas sonoras. Há frequências (menos de vinte ondas a cada segundo) que são baixas demais para serem percebidas por nós, embora as baleias se comuniquem facilmente nesses tons baixos. Da mesma forma, há frequências (mais de 20 mil ondas a cada segundo) demasiado elevadas para os ouvidos humanos detectarem, embora os cães não tenham dificuldade - e respondam, quando chamados nessas frequências por um apito -.
Existem campos sonoros de 1 milhão de ondas por segundo, que são e talvez sempre serão desconhecidos para a percepção humana direta. Os nossos órgãos dos sentidos, por mais maravilhosamente adaptados que sejam, têm limitações físicas fundamentais.
Quando falamos, estamos criando ondas que viajam no ar à velocidade do som - quase instantaneamente.
O COMPORTAMENTO DA LUZ E DO SOM
Imagine a luz que passa por duas fendas paralelas num quarto escurecido. Que imagem ela projeta numa tela atrás das fendas? Resposta: a imagem das fendas - mais exatamente, uma série de imagens paralelas brilhantes e escuras das fendas. Em vez de se deslocar como um projétil em linha reta, as ondas se espalham a partir das duas fendas em vários ângulos. Onde crista incide sobre crista, temos uma imagem brilhante da fenda: interferência "construtiva"; e onde a crista incide sobre depressão, temos a escuridão: interferência "destrutiva". Esse é o comportamento característico de uma onda.
Você pode observar que a mesma coisa acontece com as ondas de água e dois buracos cortados ao nível da superfície nas estacas de um píer numa praia.
Entretanto, a luz também se comporta como uma corrente de pequenos projéteis, chamados fótons. É assim que funciona uma célula fotoelétrica comum (em uma máquina fotográfica).
Cada fóton ejeta um elétron de uma superfície sensível; muitos fótons geram muitos elétrons de uma superfície sensível; muitos fótons geram muitos elétrons, um fluxo de corrente elétrica.
A luz é simultaneamente uma onda e uma partícula - algo que não há equivalente no mundo cotidiano palpável. Hora possui propriedades de ondas, e outras de partícula.
O cientista Carl Sagan foi muito sábio em sua citação para exemplificar este caso:
“A natureza nem sempre se ajusta às nossas predisposições e preferências, ao que consideramos confortável e fácil de compreender".
Mas ainda assim para a maioria dos fins, a luz é semelhante à onda.
As ondas luminosas são tridimensionais, têm uma frequência, um comprimento de onda e uma velocidade (a velocidade da luz). Mas, espantosamente, elas não requerem um meio, como a água ou o ar, para se propagar. Recebemos a luz do Sol e das estrelas distantes, mesmo que o espaço intermediário seja um vácuo quase perfeito.
No espaço, os astronautas sem uma ligação de rádio não podem escutar um ao outro, ainda que estejam a alguns centímetros de distância. Não existe ar para carregar o som. Mas eles podem perfeitamente se ver bem.
Para a luz visível comum - o tipo a que nossos olhos são sensíveis - a frequência é muito elevado, cerca de 600 trilhões ( 6 x 10¹4) de ondas que atingem nossos globos oculares a cada segundo. Como a velocidade da luz é de 30 bilhões (3x10¹0) de centímetros por segundo (186 mil milhas por segundo), o comprimento da onda da luz visível é cerca de 30 bilhões por 600 trilhões de centímetros - muito pequeno para ser visto pelos nossos olhos, se fosse possível que as próprias ondas fossem iluminadas.
TONALIDADES DE SOM E DE CORES
Assim como os humanos percebem frequências diferentes de som como tons musicais diferentes, frequências diferentes de luz são percebidas como cores diferentes.
A luz vermelha tem uma frequência de cerca de 460 trilhões (4,6 x 10¹²) de ondas por segundo; a violeta de aproximadamente 710 trilhões (7,1 x 10¹²) de ondas por segundo. Entre elas estão as cores familiares do arco-íris. Cada cor corresponde a uma frequência.
Da mesma forma que existe a questão do significado para uma pessoa que nasceu surda, há a questão complementar do significado da cor para uma pessoa que nasceu cega. Mais uma vez, a resposta é única e inequivocadamente uma frequência de onda - que pode ser medida por via óptica e detectada, se quisermos, como um tom musical. Uma pessoa com treinamento em física e aparelhos apropriados pode distinguir o vermelho-rosa do vermelho-maça e do vermelho-sangue.
Há uma sensação de vermelho que as pessoas com visão sadia experienciam ao redor de 460 trilhões de hertz. Mas não acho que seja algo mais do que a sensação provocada por 460 trilhões de hertz. Não há magia no fenômeno, por mais belo que possa ser.
Assim como há sons altos demais e baixos demais para o ouvido humano, há frequências de luz, ou cores, fora do alcance de nossa visão. Elas se estendem a frequências muito mais elevadas (cerca de 1 bilhão de bilhões - 10¹8 - de ondas por segundo para os raios gama) e a muito mais baixas (menos de uma onda por segundo para ondas de rádio longas).
Passando pelo espectro de luz, das altas para as baixas frequências, estão largas faixas chamadas de raios gama, raios X, luz ultravioleta, luz visível, luz infravermelha e ondas de rádio. São todas ondas que viajam pelo vácuo. Cada uma é um tipo legítimo de luz tanto quanto a luz visível.
Há uma astronomia para cada uma dessas faixas de frequência. O céu parece bem diferente em cada regime de luz. Por exemplo, estrelas brilhantes são invisíveis à luz dos raios gama. Mas enigmáticas explosões de raios gama, detectadas por observatórios de raios gama em órbita, são, até o momento, quase inteiramente indetectáveis à luz visível comum.
RESSONÂNCIA NATURAL ENTRE LUZ E QUÍMICA
A única luz a que nossos olhos são sensíveis é a luz visível. Desta mesma forma qualquer material que se examinar gosta de absorver a luz de certas frequências, mas não de outras. Uma substancia diferente, tem uma preferência diferente. Há uma ressonância natural entre a luz e a química.
Aqui na Terra é muito escuro em relação aos raios gama, pois quase todo material tende a absorver raio gama no Universo, assim ele quase não consegue chegar até nosso planeta. Exceto ao redor de objetos como armas nucleares.
O ar é geralmente transparente à luz visível por absorver uma quantidade muito baixa.
Olhos de raio Gama, no nosso planeta, tenderiam a ver tudo negro como breu no espectro. A seleção natural é sábia.
Outra razão para vermos à luz visível é que o Sol produz a maior parte de sua energia nessa frequência. Já uma estrela muito quente emite grande parte de sua luz na ultravioleta. Uma estrela muito fria emite principalmente na frequência infravermelha. Mas o Sol uma estrela média, emite sua maior parte em luz visível. O olho humano é mais sensível à frequência exata da parte amarela do espectro, na qual o Sol é mais brilhante.
Todo o Universo, em geral, tende a transmitir um maior número de luz visível (de acordo com as leis fundamentais da radiação, mecânica quântica e física nuclear). Então se existir outras formas de vida com olhos por ai, podemos arriscar que eles poderiam ter olhos semelhantes aos nossos.
A vegetação absorve a luz vermelha e azul, reflete a luz verde, e por isso nos parece verde. Poderíamos traçar um quadro da quantidade de luz refletida em cores diferentes. Algo que absorve a luz azul e reflete a vermelha, nos parece vermelho; algo que absorve a luz vermelha e reflete a luz azul, nos parece azul. Vemos um objeto branco, quando se reflete a luz de forma mais ou menos igual nas cores diferentes. A diferença entre o preto e o branco não é uma questão de cor, mas de quanta luz eles refletem.
Talvez o material mais brilhante seja a neve recém-caida. Mas ela reflete apenas cerca de 75% da luz do Sol que a atinge. O material mais escuro com que comumente temos contato - vamos dizer, o veludo preto - reflete apenas uma pequena porcentagem da luz que o atinge.
TODOS OS HUMANOS SÃO NEGROS NA MAIORIA DOS TIPOS DE LUZ
"Tão diferentes quanto preto e branco" é um erro conceitual: preto e branco são quantidades relativas de luz refletida, e não na sua cor.
A reflexibilidade de cada pessoa varia muito de indivíduo para indivíduo.
A pigmentação da pele é produzida principalmente por uma molécula orgânica chamada melanina, que o corpo produz da tirosina, um aminoácido comum nas proteínas. Os albinos sofrem de uma doença que impede a produção de melanina. Sua pele e seus cabelos são branco como leite. As íris de seus olhos são cor de rosa.
Os animais albinos são raros na natureza, porque sua pele fornece pouca proteção contra a radiação solar e porque eles ficam sem camuflagem protetora. Os albinos tendem a morrer cedo.
Nossa pele reflete um pouco mais de luz em direção à ponta vermelha do espectro da luz visível do que em direção à azul. Não tem mais sentido descrever indivíduos como elevado teor de melanina como "negros" do que descrever indivíduos com baixo teor de melanina como "brancos".
Só nas frequências visíveis e nas imediatamente adjacentes é que se tornam manifestas diferenças significativas na reflexividade da pele. Os povos vindos do norte da Europa e os povos provenientes da África central são igualmente negros na luz ultravioleta e na infravermelha, quando quase todas as moléculas orgânicas, e não apenas a melanina, absorvem a luz.
Só na luz visível, quando muitas moléculas são transparentes, é que a anomalia da pele branca se torna possível. Na maior parte do espectro, todos os humanos são negros.
AS CORES NA NATUREZA
A luz do Sol é composta de uma mistura de ondas com frequências correspondentes a todas as cores do arco-íris. Há pouco mais de luz amarela do que vermelha ou azul, o que é em parte a grande razão de o Sol parecer amarelo. A rosa nos parece vermelha, pois o número de ondas na frequência do vermelho chicoteadas que atingem a pétala é maior. E assim acontece com as outras cores.
Há um pigmento orgânico específico responsável pela absorção da luz em flores como rosas e violetas - flores tão coloridas. É chamado antociano. De forma visível, um antociano típico é vermelho quando colocado em ácido, azul em álcali, e violeta em água. Assim as rosas são vermelhas porque contêm antociano e são levemente acidíferas; as violetas são azuis porque têm antociano e são levemente alcalinas.
É difícil encontrar pigmentos azuis na natureza. A raridade de rochas azuis ou areias azuis na Terra e em outros mundos é uma ilustração desse fato. Os pigmentos azuis têm de ser bastante complicados; os antocianos são compostos de aproximadamente vinte átomos, cada um mais pesado que o hidrogênio, arranjados numa estrutura específica.
SELEÇÃO NATURAL E AS CORES
Os seres vivos foram inventivos no uso que fizeram da cor para absorver a luz do Sol e, por meio da fotossíntese, produzir alimentos do ar e da água; para lembrar as mães pássaros onde ficam as goelas de seus filhotes; para despertar o interesse de um parceiro; para atrair um inseto polinizador; para se camuflar e se disfarçar; e, pelo menos entre os humanos, pelo prazer da beleza. Mas tudo isso só foi possível graças à física das estrelas, à química do ar e ao mecanismo elegante do processo evolucionário, que nos levou a uma harmonia tão magnífica com nosso ambiente físico.
Quando físicos e astrônomos estudam outros mundo e examinam a composição química de suas atmosferas ou superfícies - tentando compreender por que a névoa superior da luz de Saturno, Titã, é marrom e o terreno rugoso da lua de Netuno, Tritão, é rosa -, estão se embasando nas propriedades das ondas de luz, que são semelhantes a um pingo de torneira em uma bacia.
A mente humana associa eventos, pois este é um ser de cultura. É possível sim que uma cor faça com que nos lembremos de algo, nos desperte algum sentimento ou sensação, mas não é algo natural da cor. É algo natural da percepção humana diante da cor, da música, de todas as coisas.
Como todas as cores que vemos - na Terra ou em qualquer outro lugar - são uma questão de conhecer os comprimentos das ondas da luz solar que são mais bem refletidos. Como diria Carl Sagan, há mais do que poesia em pensar que o Sol acaricia tudo o que está ao alcance, que a luz do Sol é o olhar de Deus.
Mas você vai conseguir compreender melhor o que acontece se, em vez disso, pensar numa torneira que pinga.
quinta-feira, 27 de maio de 2010
Há liberdade em nossas escolhas?
Como se tornou o que é?
Perguntas deste tipo acabam sendo esquecidas por todos nós...
Alguns dizem que carregamos um espírito conosco, por toda eternidade, com a chave de nossa personalidade. Outros dizem que essas perguntas não têm respostas. No entanto, estou propondo um outro pensamento:
Através de um estudo multidisciplinar é possível explicar a existência da consciência como um produto lateral da evolução.
Utilizando a teoria da seleção natural (http://www.bit.ly/8Z7aGh), o pesquisador e estudioso Daniel Dennett explica que toda a evolução e mudança ocorrida em seres vivos, apesar de acontecer através de mutações, teve de ser extremamente necessária para que se mantivesse.
Ao contrário das mentes de outros animais, a mente humana possui uma postura intencional que interage com o ambiente.
Enquanto que uma gazela nasce programada para agir de uma determinada forma diante de cada estímulo, ou percepção do ambiente, a mente humana é capaz de passar por duas experiências diferentes e ter a capacidade de julgar qual delas é a mais apropriada.
A Função do nosso tipo de mente é responsável por tomar decisões. Mas como Darwin, Mendel e Dennett perceberam, para que esta nova mente passasse a existir, foi necessário que o nosso gene estivesse correndo o risco de se extinguir.
Poderia haver alguma programação na nossa antiga mente que poderia estar se contradizendo diante do ambiente. Como é entendido, o ambiente sempre esteve em mudanças, no entanto essas programações genéticas eram revisadas apenas em milhares ou até milhões de anos.
A mariposa talvez seria uma grande candidata a uma suposta tomada de consciência, igualmente ao que ocorreu à nossa espécie. Em determinadas épocas, o inseto costumo ficar em constante impacto com lâmpadas, ou instrumentos luminosos. Isso acontece porque estão programadas para seguir a luz solar - do Sol, obviamente -, já que os seus alimentos estão indicados naquela direção. Mas houve uma mudança considerável no ambiente a partir de Thomas Edison, com a invenção da lâmpada - algo não esperado pelos nossos genes.
Isso fez com que houvesse essa contradição no comportamento das mariposas. O que pode causar, se houver a possibilidade da extinção do gene, uma capacidade de tomada de decisão diante do ambiente - mudando a programação do tipo de mente da mariposa. O que causaria certos valores para a mariposa, uma percepção diante do mundo, ou seja, a consciência, neste caso.
E assim surge o nosso "eu", aquilo que pensamos, aquilo que somos, aquilo que pensamos que somos. No entanto, é tudo programado e limitado por nosso sistema mental e as experiências que vivemos.
Você é aquilo que foi condicionado pelas suas experiências. A cada tomada de decisão através da consciência ,que é a marca do sistema mental humano, a sua percepção vai formando o que você é.
Tenho de deixar claro que não precisamos aceitar esta imposição biológica que sofremos.
quinta-feira, 13 de maio de 2010
Alegria Nacional: Resíduos em nosso Hardware
O instinto de caça tem (uma) (...) origem remota na evolução da raça. Os instintos de caça e pesca se combinam em muitas manifestações (...). A sede de sangue humana faz parte de nosso lado primitivo, e é justamente por isso que é tão difícil de ser erradicada, especialmente quando uma luta ou uma caçada é prometida como parte de divertimento.”
Pode até parecer estúpido descrevendo desta forma, mas quando se adquire o gosto pela coisa, é difícil resistir à alegria da possibilidade de "compartilhar" uma vítoria do nosso time.
Os atletas correm, saltam, batem, lançam, deslizam, chutam, derrubam – e há uma emoção em ver os humanos fazerem tudo isso tão bem. Eles brigam entre si até caírem no chão. Gostam de agarrar, tacar ou chutar um veloz objeto redondo. Todos deliram por aquilo que é chamado “gol’.
O trabalho em equipe é quase tudo, e admiramos como as partes se encaixam para formar um todo triunfante.
Mas essas não são as habilidades com as quais a maioria de nós ganha o pão de cada dia. Então por quer nos sentiríamos compelidos a observar? Por que essa necessidade aparece em todas as culturas? (Os egípcios, persas, gregos, romanos, maias e astecas antigos também jogavam bola. (O pólo vem do Tibete.)
A maioria dos esportes mais importantes está associada a uma nação ou cidade (grupo), e eles contem elementos de patriotismo e orgulho cívico. O nosso time nos representa - o lugar de onde viemos, o nosso povo – contra aqueles outros sujeitos de uma lugar diferente, habitado por um pessoal desconhecido, talvez hostil. (Embora saibamos que a maioria dos “nossos” jogadores, em campeonatos nacionais, não são realmente do lugar onde jogam – vão por dinheiro.
Estamos prestes à presenciar a Copa Mundial de Futebol. Dunga é o novo técnico da seleção Brasileira, e é um claro exemplo do signo existente no futebol, quando bate no peito e se considera um guerreiro – o que já virou sua marca popularesca.
Um sentimento freqüentemente citado do falecido técnico de futebol profissional Vince Lombardi é que o importante é vencer. Ou ainda aqueles que dizem que: “Perder é como morrer”.
Na realidade, fala-se de ganhar ou perder uma guerra tão naturalmente como falamos de vencer e perder um jogo.
Em uma determinada propaganda televisiva de recrutamento do Exército em que um tanque destrói outro tanque, aparece o slogan do comandante do tanque vitorioso dizendo: “Quando vencemos, todo o time vence – e não apenas uma pessoa”.
Sabe-se que a palavra fãs, vem da abreviatura de “fanáticos”. Estes mesmos que em nome do esporte têm cometido agressão, e até homicídio quando escarnecidos por conta de um time perdedor, um juiz que pareça ter cometido alguma injustiça ou toda a motivação que o esporte nos excita.
o Filme, Hooligans, mostra claramente que este instinto de combate, não vem do esporte, mas sim da natureza humana. E este instinto, mesmo que mascarado, no esporte, acompanham gangues nas escolas e nas comunidades. Lutam pelo prazer, independente do que lhes possa esvaziar esta satisfação.
QUAL O PROPÓSITO DE TORCER?
Vamos supor que você esteja mexendo à toa no botão da sua televisão e encontre uma competição em que não tenha nenhum investimento emocional particular – vamos dizer, uma partida amistosa de voleibol entre Myanmar e Tailândia. Como é que você decide torcer? Mas espere um minuto: para que você decide para quem torcer? Por que não se divertir apenas observando o jogo?
A maioria de nós tem problemas com essa postura distanciada. Queremos tomar parte da competição, queremos nos sentir membros do time. O sentimento simplesmente nos arrebata, e começamos a torcer: “Vamos, Tailândia!”
HISTÓRIA: Da Caça aos Jogos de Multidão
Os primeiros eventos atléticos organizados de que se tem notícia remontam à Grécia pré-clássica de 3500 anos atrás.
O fanatismo ao Jogo já era tão forte, que durante os Jogos Olímpicos originais, eram suspensas todas as guerras entre as cidades-estados gregas. Os homens participavam nus, e não era permitida a presença de espectadoras.
No século VIII a.C., os jogos Olímpicos consistiam em corridas, salto, lançamento de objetos e luta – às vezes até a morte.
Os percussores do futebol americano, futebol, hóquei e outros esportes semelhantes eram desdenhosamente chamados “jogos de multidão”, reconhecidos como substitutos para a caçada – porque os jovens que trabalhavam para viver eram barrados nas caçadas.
As armas das primeiras guerras foram instrumentos de caça.
Os 10 mil anos que se passaram desde a invenção da agricultura não são tempo suficiente para que essas predisposições tenham evoluído e desaparecido. Se quisermos entende-las, devemos retroceder ainda mais.
A espécie humana tem centenas de milhares de anos (a família humana tem vários milhões de anos). Levamos uma vida sedentária – baseada no cultivo da terra e na domesticação de animais – apenas nos últimos 3% desse período, no qual se encontra registrada toda a nossa história. Nos primeiros 97% de nossa existência sobre a Terra, quase tudo o que é caracteristicamente humano veio a ser.
Então, depois de um longo período – digamos, alguns milhares de séculos -, uma predisposição natural tanto para a caça quando para o trabalho em equipe vai aparecer em muitos meninos recém nascidos. Aparece como uma vontade não compreendida, uma alegria não explicada um ódio não dominado.
Não que a maneira de lascar a pedra para formar a ponta de uma lança ou o modo de emplumar uma flecha esteja em nossos genes. Tudo isso é ensinado ou inventado. Mas sim o gosto pela caçada faz parte do nosso hardware. A seleção natural ajudou a transformar nossos ancestrais em caçados magníficos.
A evidência mais clara do sucesso do estilo de vida caçador-coletor é o simples fato de que se espalhou para seis continentes, e durou por milhões de anos (para não falar da tendência à caça dos primatas não humanos).
Depois de 10 mil gerações em que a matança de animais foi a nossa defesa contra a ameaça de morrer de fome, essas inclinações ainda devem estar conosco. Sentimos vontade de empregá-las, mesmo vicariamente. Os esportes de equipe nos fornecem um meio de satisfazer esse desejo.
Alguma parte de nosso ser deseja se juntar a um pequeno grupo de irmãos para realizar uma aventura ousada e intrépida. Podemos observar isso essa característica nos jogos de computador, e nos RPGs que fazem sucesso entre crianças e adolescentes.
sexta-feira, 30 de abril de 2010
Família - O Mito da Sociedade
Na arkhé-sociedade, nome dado ao princípio da sociedade, a utilização de novas técnicas, construção de casas, agricultura e dominação de animais, trouxe ao homem a oportunidade de sair do grupo macrossocial, no qual dividiam a caverna em grupo buscando proteção e abrigo, caça em grupo (para maior êxito), e se mudança com o grupo todo quando as frutas acabavam.
A partir de tecnologias para estabelecer a agricultura, criação de animais e construção de abrigos, nasce o grupo microssocial - a família. Já que, a partir de então, era possível se estabelecer estas principais atividades sozinhos e em lugares fixos.
Também, não há motivos para dividirem a mesma terra, diante da quantidade de espaço que havia livre para qualquer um - o compartilhamento poderia atrapalhar inclusive os ganhos e já não existia nenhum elo de ligação necessário para isso. Desta forma, o homem escolhia sua parceira e mudavam-se para um lugar fixo e particular.
A sociedade começou a ser dividida, a partir de então, por esses grupos microssociais.
A intimidade entre a mulher e o homem foi favorecida pela interferência de processos de origens distintas - compartilhando uma vida. Houve o desenvolvimento das relações afetivas interindividuais, a conservação no adulto da aptidão infantil para amar, acentuados, fortificados pela incidência generalizada e da sexualização permanente.
Antes do início dos grupos microssociais, a imagem paterna era completamente desligada do filho, esta função era preenchida apenas pela imagem materna, que tinha este trabalho absolutamente solitário.
Mas com o início dos grupos microssociais, a intimidade e a proximidade afetiva homem-mulher, aproximou o homem do seu filho. Ainda muito antes da paternidade genética ser reconhecida, a paternidade psicológica viria a esboçar-se.
Esta emerge quando a autoridade protetora e possessiva da classe masculina se individualiza, se torna próxima e íntima da criança, isto é, quando junto da mulher há o homem próximo e íntimo.
Desta forma: mão-filho, marido-mulher e homem-criança, que passa para, pai-filho.
A hominização traz, ao filho, a ambiguidade. O pai é ao mesmo tempo, o protetor e o usurpador (que toma para si uma parte da ternura maternal); é, ao mesmo tempo, o sustentáculo e o inimigo (cuja autoridade reprime os desejos infantis). Com isso, o sentido ambíguo do pai ilumina-se sociologicamente: o personagem do pai traz a complexidade, isto é, a contradição interna na microestrutura que se cria: a família.
A "regra" absoluta da família é o amor e a obediência. De acordo com quaisquer valores que sejam e onde estejam, essa ideologia é confirmada e aceita ainda, pela própria ideologia do "status quo" do sapiens pós-moderno atual. Esta "regra" também é estendida à tribo, à etnia, à nação Mãe-Pátria.
Assim, a "Sagrada Família" vem a ser o cimento comunitário mítico da sociedade real, a qual, são apenas reflexos das limitações subjetivas ou étnicas do homem.
A família não existe, senão nos valores possíveis mentes. O que existe é os elos de ligação entre grupos macrossociais e microssociais - é o que unifica o encadeamento da organização social mais e politica.
quinta-feira, 22 de abril de 2010
Radicais religiosos muçulmanos ameaçam South Park

O desenho animado norte-americano, South Park tem como essência a crítica à sociedade em que vivem.
A série se passa na pequena e gelada cidade fictícia de South Park, Colorado, onde ocorre apenas um dia de Sol por ano, e é estrelada por quatro garotos que falam palavrões a todo momento.Os criadores do desenho foram Trey Parker e Matt Stone, e desde seu início, em 1997, o desenho é exibido pelo canal de televisão americano Comedy Central, e hoje distribuído por canais como fox e multishow.
Dias atrás o grupo Revolution Muslim (um grupo radical muçulmano) divulgou em seu site um aviso aos criadores do seriado South Park, um texto que dizia que os dois podem terminar como Theo Van Gogh, cineasta decapitado em 2004 por um militante islâmico.
Aconteceu que Parker e Stone se tornaram alvo do grupo radical depois que Maomé (personagem bíblico) apareceu no 200º episódio do desenho. Seguindo a determinação de que o profeta não pode ser representado em imagem, Maomé apareceu no episódio usando uma fantasia de urso.
Maomé deveria ter voltado no episódio desta semana, o 201, mas foi substituído por um Papai Noel na roupa de urso e a palavra "censurado" apareceu em diversos momentos.Menções do nome de Maomé eram cobertos por um "bleep".
A grande ironia é que Maomé já foi retratado antes em South Park, em 2001, num episódio que reúne uma superequipe religiosa para combater o culto de David Blaine (ilusionista).
AMEAÇAS
O post dizia que Matt Stone e Trey Parker, idealizadores da série, poderiam acabar como Van Gogh, caso o episódio fosse ao ar. O cineasta holandês foi baleado e esfaqueado até a morte por um muçulmano, em 2004, que ficou irritado com um filme onde mulheres seguidoras do Islamismo apareciam como protagonistas.
Segundo Younus Abdullah Muhamad, líder do Revolution Muslim, (Revolução Muçulmana) divulgar a foto de Theo Van Gogh não é uma ameaça, mas apenas evidência do que aconteceu com quem agiu da mesma forma que os criadores de South Park.
O aviso divulgado no site do grupo, no entanto, inclui o endereço da produtora de Park e Stone, bem como de uma casa que seria dos produtores do desenho.
Segundo o jornal britânico The Guardian, o episódio foi parcialmente censurado, mas acabou sendo exibido nessa quarta-feira. Depois das ameaças, os produtores decidiram editar o desenho e só retransmiti-lo sem as referências ao profeta.
A Comedy Central, produtora de South Park, preferiu não comentar o caso.Ao contrário de todos os episódios da série, que logo saem para streaming na web, este só estará disponível no site de South Park em maio.
Realmente compensa atos religiosos caridosos, enquanto essa mesma religião pode também criar tantos fatos como esta defesa radical da fé? Que tal escolhemos só a caridade - assim não haveria o perigo de um fato tão infeliz quanto este se repetir.