
O desenho animado norte-americano, South Park tem como essência a crítica à sociedade em que vivem.
A série se passa na pequena e gelada cidade fictícia de South Park, Colorado, onde ocorre apenas um dia de Sol por ano, e é estrelada por quatro garotos que falam palavrões a todo momento.Os criadores do desenho foram Trey Parker e Matt Stone, e desde seu início, em 1997, o desenho é exibido pelo canal de televisão americano Comedy Central, e hoje distribuído por canais como fox e multishow.
Dias atrás o grupo Revolution Muslim (um grupo radical muçulmano) divulgou em seu site um aviso aos criadores do seriado South Park, um texto que dizia que os dois podem terminar como Theo Van Gogh, cineasta decapitado em 2004 por um militante islâmico.
Aconteceu que Parker e Stone se tornaram alvo do grupo radical depois que Maomé (personagem bíblico) apareceu no 200º episódio do desenho. Seguindo a determinação de que o profeta não pode ser representado em imagem, Maomé apareceu no episódio usando uma fantasia de urso.
Maomé deveria ter voltado no episódio desta semana, o 201, mas foi substituído por um Papai Noel na roupa de urso e a palavra "censurado" apareceu em diversos momentos.Menções do nome de Maomé eram cobertos por um "bleep".
A grande ironia é que Maomé já foi retratado antes em South Park, em 2001, num episódio que reúne uma superequipe religiosa para combater o culto de David Blaine (ilusionista).
AMEAÇAS
O post dizia que Matt Stone e Trey Parker, idealizadores da série, poderiam acabar como Van Gogh, caso o episódio fosse ao ar. O cineasta holandês foi baleado e esfaqueado até a morte por um muçulmano, em 2004, que ficou irritado com um filme onde mulheres seguidoras do Islamismo apareciam como protagonistas.
Segundo Younus Abdullah Muhamad, líder do Revolution Muslim, (Revolução Muçulmana) divulgar a foto de Theo Van Gogh não é uma ameaça, mas apenas evidência do que aconteceu com quem agiu da mesma forma que os criadores de South Park.
O aviso divulgado no site do grupo, no entanto, inclui o endereço da produtora de Park e Stone, bem como de uma casa que seria dos produtores do desenho.
Segundo o jornal britânico The Guardian, o episódio foi parcialmente censurado, mas acabou sendo exibido nessa quarta-feira. Depois das ameaças, os produtores decidiram editar o desenho e só retransmiti-lo sem as referências ao profeta.
A Comedy Central, produtora de South Park, preferiu não comentar o caso.Ao contrário de todos os episódios da série, que logo saem para streaming na web, este só estará disponível no site de South Park em maio.
Realmente compensa atos religiosos caridosos, enquanto essa mesma religião pode também criar tantos fatos como esta defesa radical da fé? Que tal escolhemos só a caridade - assim não haveria o perigo de um fato tão infeliz quanto este se repetir.